terça-feira, 16 de março de 2010

Grafite para protestar contra a violência

Um coletivo de artistas pintaram um enorme painel ontem, no Centro da cidade de Fortaleza - CE, em protesto contra a violência

Provocados pelo texto "A bala que matou Marcela", do jornalista Lira Neto, publicado no Diário do Nordeste, e tomados pelo slogan "Arte contra a barbárie", do movimento teatral mineiro da década de 1990, um grupo de artistas formado por grafiteiros, produtores de teatro, música e performance, realizou, na manhã de ontem, ato contra a violência. O local escolhido foi o Centro, onde foi montado um grande painel de grafite, com esquetes teatrais com temáticas ligadas à participação cidadã contra a violência.

Traço a traço, pincelada a pincelada, aos poucos o enorme muro localizado na confluência da Avenida Duque de Caxias com a Rua Solon Pinheiro, repleto de publicidades, foi ganhando vida e se transformando em espaço simbólico de representações e encenação da luta coletiva contra a violência.

Eden, "o loro", como prefere ser chamado, do grupo Grafite Cidade, disse que a ideia é representar no desenho todo o descaso que vivenciamos com a violência, tentando traduzir essa realidade através de imagens e símbolos. O desenho começa com um navio que estaria engolindo uma cidade e finaliza com uma criança segurando uma bandeira parcialmente queimada com a frase: gentileza gera gentileza. O cartunista Glauco Villas Boas, assassinado na madrugada do dia 12, também foi homenageado nos trabalhos.

De acordo com Rodrigo de Oliveira, produtor de teatro e música, o ato representa um chamado à cidade para compor uma luta que é de todos, em prol de uma cidade mais criativa e criadora, menos fomentadora da grosseria e da falta de educação. "Barbárie gera barbárie e disso queremos nos livrar e livrar o ambiente em que vivemos", enfatizou.

O ato foi realizado por artistas oriundos do Projeto Grafite Cidade (que retrata a cidade e as intervenções urbanas), da Escola de Bens Imateriais (EBI), do grupo Amplitude (que pinta cabeções nas caixas de telefone) e da Companhia Pã de Teatro Pesquisa Produção Artística e Cultural.

Com as armas que dispõem: pincéis, tintas-spray e outros adereços, além da criatividade, eles transmitem, através da arte, uma mensagem de paz. Além disso, fazem um chamado para que a cidade seja menos indiferente e omissa.



Vários artistas se reuniram para expressar, de forma criativa, a indignação frente à violência urbana.

Fonte: Diário do Nordeste.

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